Este ano fomos ver o nascer do novo Ano em Évora, a Cidade-Museu.
Ficamos no Hotel M'ar de Ar Muralhas um local acolhedor, com charme e excelentemente localizado no Centro Histórico de Évora.
Declarado Património Mundial pela UNESCO em 1986, o Centro Histórico de Évora situa-se dentro das muralhas e é formado por ruas estreitas, pátios, travessas, largos, igrejas e jardins.
Já tinha visitado esta linda cidade e os seus principais pontos
turisticos mas desta vez foi diferente, pois decidimos também andar a pé
pelas suas ruas e travessas, descobrindo assim todo o seu encanto.
Começámos a nossa visita no sábado à noite, com uma voltinha até à Praça
do Giraldo, onde nos esperava uma grande árvore de Natal e uma enorme
fogueira, à volta da qual as pessoas se iam aquecendo e conversando.
No Domingo, o nosso programa iniciou-se com uma paragem na Praça do
Giraldo, para beber um café no Café Arcada. Estava um sol agradável e
soube bem poder apreciar, todo o movimento desta simpática praça,
enriquecida por uma belíssima fonte em mármore branco, rematada por uma
coroa de bronze. Obra do arquitecto Afonso Álvares, foi construída
possivelmente entre 1571 e 1573.
Após o café e ainda na Praça do Giraldo, fomos visitar a Igreja de Santo
Antão. Esta igreja foi mandada construir pelo Cardeal D.Henrique,
Arcebispo de Évora, tendo a sua construção começado em 1557. É muito
bonita, apresentando vários altares de talha dourada.
Da Praça do Giraldo partem imensas ruas. Subimos pela Rua 5 de outubro
até à Sé de Évora. Estavam paradas no largo duas charretes e decidimos
continuar o dia, com uma voltinha de charrete. É um belo passeio, que
percorre os principais pontos do Centro Histórico da cidade.
De regresso à Sé fomos visitar logo ao lado, no Largo do Conde de Vila
Flor, o Museu de Évora. Ocupa o antigo Palácio Episcopal. As suas
origens remontam a 1804, quando o arcebispo de Évora Frei Manuel do
Cenáculo, coleccionador ecléctico, criou a Biblioteca Pública de Évora,
onde também abrigou uma colecção de arte. Oficialmente, porém, o Museu
de Évora foi criado em 1915.
O Museu tem cerca de 20000 objectos, incluindo peças de arqueologia,
pintura, escultura, desenho, ourivesaria, cerâmica, mobiliário e
têxteis.
Apresentava a exposição "Entre a Seda e o Ouro", onde se encontra um
conjunto de várias peças dos séculos XVI a XVIII, maravilhosamente
trabalhadas em ouro e seda, símbolos de luxo e poder económico dessa
época.
Em frente ao Museu, fica o Templo de Diana, templo romano construído no
início do século I, d.C. Breve paragem no Jardim de Diana em frente ao
Templo.
Pequeno mas simpático, ao centro encontra-se o monumento com o busto do Dr. Francisco Barahona, grande benemérito da cidade.
O jardim oferece uma excelente vista sobre a cidade e a planície.
Hora de almoço. Paragem para apreciar a boa comida alentejana. O restaurante escolhido foi o D. Joaquim. Excelente!
Voltando à nossa caminhada a primeira paragem depois do almoço foi a Sé Catedral.
Em estilo gótico é consagrada a Santa Maria e foi construída entre os séculos XIII e XIV.
A visita começa por uma subida até à Torre. São muitas escadas em caracol, mas vale o esforço.
A vista lá de cima é espetacular.
Descemos e prosseguimos a visita pelos claustros e jardim interior.
Nos claustros entrámos por uma pequena porta e subimos novamente, por
umas escadas em caracol, tambem muito estreitas, que iam dar a um
terraço por cima dos claustros e à volta do jardim interior.
Por fim, foi a vez de visitar o interior da capela-mor.
Terminada a visita à Sé, descemos a Rua 5 de outubro, onde o comércio tradicional é uma constante.
Ao atravessarmos a Praça do Giraldo o Pedro lá foi ver novamente a fogueira.
Parámos para observar a bela fachada da Igreja da Graça, obra do
arquitecto Miguel de Arruda, tendo nela também trabalhado Nicolau de
Chanterene, notável escultor francês do século XVI. Não deu para ver o
interior, pois infelizmente encontrava-se fechada, à semelhança da
maioria das outras igrejas.
Seguimos para a Igreja de S. Francisco. Esta Igreja foi reconstruída a partir do reinado de D. João II e terminada na época de D. Manuel. A sua arquitectura e decoração mistura os estilos gótico, mudéjar e manuelino.
Mesmo ao lado, visita obrigatória à Capela dos Ossos. Foi construída no
século XVIII, por iniciativa de três monges que pretendiam transmitir a
mensagem da transitoriedade da vida. É inteiramente forrada com ossos
humanos provenientes dos cemitérios, situados em igrejas e conventos da
cidade. É conhecida pela famosa frase escrita à entrada: "Nós ossos que
aqui estamos pelos vossos esperamos".
Já tinhamos andado bastante e o dia estava a terminar, era hora de ir para o hotel.
Na Segunda feira o dia acordou com nevoeiro, mas isso não me iria
impedir de continuar a descobrir as ruas e património de Évora.
Subi pela rua dos Mercadores até ao Largo de Giraldo, passei pela Igreja
de S. Vicente e fui até ao Largo das Portas de Moura, onde se encontra
uma bela fonte renascentista do século XVI, obra de Diogo de Torralva,
mandada erigir pelo maior mecenas da cidade, o Cardeal-Rei D. Henrique. O
seu chafariz era um dos principais pontos de abastecimento de água na
cidade antiga.
Continuei pela Rua Conde da Serra da Tourega até ao Largo do Colégio.
Com o nevoeiro, a paisagem torna-se um pouco misteriosa, quase que dava a sensação de estarmos no passado.
Breve paragem junto à Igreja e Pousada dos Loios.
Fui descendo passando por várias ruas até chegar ao Jardim Público de Évora. Foi construído por iniciativa municipal entre 1863 e 1867, sendo um projecto do arquitecto-cenógrafo italiano José Cinatti.
No centro, o coreto, construído em 1887, lembra os concertos musicais de outras épocas.
Do Palácio de D. Manuel, monumento Nacional datado do século XVI,
sobreviveu apenas a chamada Galeria das Damas, em que se misturam
influências do gótico-mudéjar, manuelino e renascentista. Foi neste
palácio, que Vasco da Gama foi investido, no comando da esquadra da
Descoberta do caminho marítimo para a Índia.
Antes de ir almoçar, ainda fui até uma das entradas da cidade, a Porta do Raimundo.
Depois de almoço prosseguimos ao longo das muralhas.
Fomos até à Porta da Lagoa e como cartão de visita do lado esquerdo
vimos o Aqueduto de Évora. O Aqueduto da Água de Prata, foi construído
entre 1531 e 1537 pelo arquitecto Francisco de Arruda. Originalmente
levava a água até à Praça do Giraldo.
Como ficam com charme as casas por debaixo dos arcos do aqueduto.
Numa das arcadas do aqueduto que dava para uma tranquila praceta, encontrámos esta fonte com o brasão de armas de Évora.
Continuámos a seguir a Rua do Cano, que acompanha o aqueduto até mesmo ao seu inicio.
Mais à frente, a calma e bela praça de Sertório. Aqui fica a Câmara
Municipal de Évora, uma construção do século XIX e ao fundo a Igreja do
Salvador do Mundo do século XVII.
O dia estava a terminar e começava a arrefecer bastante, era a altura
certa para terminar a visita. Chegou a noite e com ela o final de ano.
Foi um jantar muito agradável, com excelente comida e boa companhia. Foi
uma noite especial.
Foi um jantar muito agradável, com excelente comida, boa disposição e alegria.
Uma noite especial, numa belíssima cidade. Évora é história, encanto e charme, uma cidade que adoramos visitar!
O tempo passa inexorávelmente por todos nós, e como o gostaríamos de
acelerar nos maus momentos e parar nas alturas especiais, mas isso não é
possível. Há que viver e aproveitar o melhor possivel os bons
momentos, que o presente por vezes nos oferece e retê-los na memoria,
para aliviar o coração e a alma com a sua recordação, quando as
tempestades da vida se abatem sobre nós. Um bom Ano para TODOS.
Informação sobre os monumentos da Wikipedia.
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