Hoje o meu filho fez a 1ª Comunhão e por isso fui ao cabeleireiro, é
sempre agradável podermos ter um "tempinho" só para nós, não é habitual
eu ir, por um lado porque é uma despesa dispensável (nos tempos que
correm há que gerir bem o nosso orçamento) e por outro porque tempo é
algo que não me sobra muito, mas hoje fui porque era um dia muito
Especial.
Enquanto esperava a minha vez, não pude deixar de ouvir uma conversa que
decorria mesmo ao meu lado, entre duas amigas (que pelo que entendi, já
não se viam à muito tempo).
Uma das senhoras estava visivelmente nervosa, denotava um ar cansado e
nitidamente estava a atravessar um período de grande stress. Falava da
sua vida, de como não se sentia bem nem fisicamente nem mentalmente,
dizia ser para ela muito complicado conseguir gerir a profissão e a
família. Tinha uma filha de 20 anos que não a ajudava em casa, a sua
afirmação foi "se ela (a filha) vir um objecto no chão não apanha,
limita-se a levantar a perna, passar por cima e seguir o caminho dela", a
filha mais nova tinha 9 anos e era muito rebelde, teimosa e era um
problema para ela ir estudar.
A amiga ouviu e aconselhou-a a tirar uns dias de férias, ao que a
senhora respondeu que isso não ajudaria, pois ao regressar os problemas
mantinham-se.
Ao ouvir esta conversa, eu pensei em como a situação por que aquela
senhora estava a passar, eu também já tenho passado e como por vezes
também eu desesperava, mas hoje compreendi, que afinal os nossos filhos
não são "piores" que os outros, são apenas crianças e jovens que estão a
passar por uma certa fase da sua vida e que por isso têm os seus pontos
altos e baixos, comuns nessas faixas etárias.
Gostaria de ter dito aquela mãe (que parecia tão angustiada), que as
filhas dela tinham um comportamento idêntico ao de tantos outros filhos,
mas não seria correcto eu intervir numa conversa que não me era
dirigida.
Por isso, a pensar em outras mães que estão a passar por esta situação,
lembrei-me de escrever estas linhas, para que possam sentir que não
estão sós e que nos momentos "menos bons", se lembrem que os nosso
filhos são iguais a tantos outros, estão apenas a crescer e a aprender,
cabe-nos a nós ter paciência e ensiná-los as vezes que forem
necessárias, para que saibam no futuro qual o caminho certo a percorrer.
"Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho" (M.Gandhi)