Ao arrumar a caixa das fotografias antigas da minha mãe, encontrei uma que me fez voltar muitos anos atrás.

Lembro-me das minhas férias quando era
criança passadas no Alentejo, em casa dos meus avós. Não havia carro
particular e por isso a viagem de Lisboa para o Alentejo, era feita de
camioneta, levava um dia inteiro para chegarmos à aldeia, era muito
cansativo mas só de pensar que ia de férias, o cansaço passava logo e o
entusiasmo crescia cada vez mais.
Da
aldeia para o monte dos meus avós, que ainda era longe, íamos de burro e
de cavalo, eu adorava esse percurso, absorvia cada instante.
Sabia que ia passar uns dias
magníficos, ia brincar com a minha prima Lena, ia poder correr pelos
campos e sabia que podia contar com o meu avô para tudo, pois ele era um
homem excepcional, com uma paciência infinita para mim e cuja lembrança
eu guardo com muito carinho e amor no meu coração.
Nasci e cresci na cidade, por
isso quando chegava ao Alentejo era uma alegria imensa. Era sentir e
viver a vida do campo, dar de comer às galinhas, ir com o meu avô
apanhar fruta logo de manhãzinha, ir ao poço com o burro para trazer
água para casa, ir à tardinha recolher os ovos das galinhas, jogar às
cartas com o meu avô e a minha prima, brincarmos as duas até ser noite,
sentir o cheiro das flores das acácias, dos eucaliptos, da “terra” e
ouvir o som do vento nas folhas das árvores.
Ainda hoje, sempre que ouço o
som do vento, o meu pensamento voa instantaneamente para esse tempo de
criança e sinto que volto a esses tempos de Paz, Inocência e de Alegria.
"A felicidade não está no fim da jornada, e sim em cada curva do caminho que percorremos para encontrá-la." (Autor desconhecido)
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